segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Dez dicas para você escolher o ponto comercial

Comércio de rua: a importância do ponto
Um dos segredos do sucesso de qualquer negócio é o ponto comercial. Não basta ter um ótimo produto, bom preço e vendedores eficientes, se a localização de seu comércio não for adequada. Muitos empreendedores cometem o erro de achar, por exemplo, que basta a rua ser movimentada para garantir muitos fregueses. Outros acham que o melhor é ficar longe de um concorrente mais forte. Se fosse assim, o Habib’s – rede de fast-food de comida árabe – teria ido à falência ainda no começo.

Há 19 anos, entrevistei seu fundador, o médico Alberto Saraiva. Na ocasião, a rede ainda estava começando a vender franquias. Fiquei surpreso quando ele me disse que procurava sempre escolher um ponto o mais próximo possível de um Mc Donald’s. “As pessoas têm necessidade de variar e, fatalmente, acabariam entrando um dia na minha loja”, resumiu sua estratégia, que deu tão certo que nem é preciso explicar.

Trocando em miúdos, a escolha do ponto depende de muitos fatores, além da localização e da concorrência. É o que garante Nara Liane Ávila Prieto Silveira, em material elaborado para o Portal Empreendedor para Todos, reproduzido pelo Sebrae. O Empreendedores resumiu as orientações em dez dicas. Confira.

1 – De olho na rua
É preciso fazer uma pesquisa de localização. Se puder, contrate uma empresa para fazê-la. Do contrário, é amadorismo. Dizer que a rua movimentada é o melhor local pode ser precipitado. Para alguns empreendimentos certamente é; para outros, nem tanto. Se o seu potencial cliente é de alto poder aquisitivo, por exemplo, não será interessante estar em ruas muito movimentadas.

Outro cuidado a ser tomado é com o fato de que muito movimento pode significar falta de tempo para observação. A análise do movimento deve ser feita em dias e horários diversos. Verifique os hábitos de quem transita e se os horários de movimento coincidem com a utilização de sua loja ou serviço. Mantenha-se afastado de parques e praças mal iluminadas, a segurança do cliente é muito importante.

Até o lado da rua é importante. Prefira o lado onde faz sombra à tarde. Alguns negócios dão mais certo se estiverem na mão conveniente do consumidor. Uma padaria, por exemplo, tem mais perspectivas no sentido centro-bairro.

2 – Tipos de mercadoria e sistema de trabalho
As cidades e os bairros têm suas necessidades. Por isso, verifique se o tipo de mercadoria e o sistema de trabalho oferecidos por você vão ao encontro desses anseios.

3 – Potencialidade do mercado
O ponto também depende do mercado que está ao seu redor. É preciso traçar um perfil do consumidor potencial, levando em conta itens como renda, número de carros por habitante, recolhimento do ICMS e estilos residenciais e comerciais, entre outros. Em outras palavras, é preciso certificar-se de que o seu futuro cliente realmente passa por aquele local.

4 – Tendência populacional
A tendência populacional é muito importante. Além de analisar a situação presente, é preciso estudar os índices de crescimento e as expectativas gerais. São Paulo, por exemplo, tem experimentado uma redução populacional nas regiões centrais e uma forte elevação na periferia. Em uma mesma cidade, sempre há áreas que estão em declínio de poder aquisitivo e outras em ascensão. É preciso conhecer a tendência para estar preparado quando as mudanças se consolidarem.

5 – Disponibilidade de locais para abertura de lojas
A região pode ser a ideal para o seu negócio, mas pode não haver disponibilidade de imóveis. Às vezes eles são inexistentes e, quando existem, os valores referentes ao ponto são proporcionalmente muito altos para o capital do empreendedor, o que tornaria o negócio inviável. Em situações assim, a solução é a ida para bairros, pequenos centros comerciais e shopping centers regionais, onde a análise, como sempre, deverá ser criteriosa.

6– Localização
A proximidade a outros serviços como chaveiros, ponto de táxi, correio, banco 24 horas e até mesmo supermercados poderá ser uma associação interessante. Esse, aliás, é um dos atrativos dos shoppings. Nesse caso, evite os finais de corredor, o último andar e outros locais de pouca movimentação. Localizar-se perto das escadas rolantes, das praças de alimentação e das lojas âncoras é mais interessante.

7 – A vizinhança
Pode não ser bom ficar isolado, longe de outros comércios. Mas analise quem vai ser o seu vizinho. A incompatibilidade com alguns serviços é notável e afasta o cliente. Imagine, por exemplo, uma loja de perfumes ao lado de uma peixaria.

8 – Ponto de ônibus
Essa referência também é relativa. Pode ser bom para produtos de alta circulação e baixos valores, mas ruim para produtos e serviços de maior valor aquisitivo. Nesse caso, desvaloriza o empreendimento.

9 – Portas fechadas
Clientes de menor poder aquisitivo são receosos a portas fechadas por acharem que os preços são mais altos. Mas isso não significa que se possa descuidar do visual ou da comodidade. Já as classes média e média-alta exigem mais conforto e segurança, até mesmo no estacionamento.

10 – Concorrência
Verifique se o mercado já não está saturado para o seu produto. Se os indícios apontarem para uma atração cumulativa, é bom – desde que o empreendedor esteja consciente do seu diferencial no mercado. É que não é interessante apenas oferecer mais do que já existe na região. É preciso se diferenciar para se sobressair.

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