sexta-feira, 24 de junho de 2011

Educação é essencial para o desenvolvimento rural

Para que cuidados adequados e investimentos em tecnologia sejam prioridade no campo, primeiramente é preciso informar o pequeno e o médio produtor, para que assim ele possa tomar suas próprias decisões de maneira responsável e lógica. O Projeto Educação: Ecovegetal aborda essas questões e é um dos temas do Fórum Contexto Ambiental & Agronegócio, organizado pelo Portal Dia de Campo, no dia 30 de junho, em Uberlândia, Minas Gerais. Segundo Eduardo Daher, diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), esse projeto congrega mais de 130 associações, produtores, cientistas e professores, ou seja, um conjunto de pessoas focadas no sentido de defender a atividade agrícola de forma mais sustentável.
 
— Isso porque a população do mundo vai chegar, no próximo dia 31 de outubro, a 7 bilhões de pessoas. Esses habitantes têm um problema de demandar cada vez mais proteína, não só vegetal, mas, com o aumento da renda, também animal. Além disso, uma em cada sete pessoas no mundo passa fome. O Processo de Educação e a Agricultura em Primeiro Lugar, coordenados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), significam dizer que temos que produzir cada vez mais com menos ataque ao meio ambiente e à saúde humana — afirma o diretor executivo.

De acordo com ele, deve-se educar o produtor a preservar os recursos naturais, partilhar o conhecimento levando educação para todas as áreas, criar acesso e meios de gestão de recursos e proteger as culturas. Ele conta que o Brasil, por exemplo, com toda a sua vertente agrícola, desperdiça 4% do que é produzido por falta de medidas adequadas, logística e infra-estrutura.

— As ações práticas na hora de educar têm duas vertentes. A primeira é conseguir atingir o pequeno produtor. É difícil imaginar como educar o pequeno e médio produtor, que não tem acesso à informação e está inatingível pela logística. Hoje em dia, existem mecanismos simples, como as mensagens por telefone celular que informam na África os preços que estão ocorrendo nas grandes capitais. Somente esta mudança, uma mudança simples, tem melhorado a cultura em todos os locais — conta.

O segundo problema, para ele, está na qualidade e nível da informação a ser dada. Ele explica que a educação e a extensão rural funcionam melhor quando se tem o envolvimento das mulheres, aquelas que são a cabeça do casal. O produtor agrícola faz o trabalho braçal, mas a mulher tem a capacidade de assimilar, educar e coordenar a família. Além disso, Daher diz que a educação deve efetivamente erradicar o trabalho infantil e incentivar a utilização da meteorologia a favor do meio rural.

— Nós precisamos, nessa área educacional, nos valer de coisas bastante simples e ouvir o agricultor, mais do que falar para ele. Quando falamos em educação, falamos em propagar as boas práticas e o uso de recursos que envolvem, além de usar corretamente a terra, como usar corretamente a água, como ter acesso a financiamentos de microcrédito, típicos na África e na Índia e como fazer para obter seguro agrícola. Todos nós temos seguros de automóvel porque são obrigatórios, mas nós plantamos e corremos um risco de ter interferes climáticas, chuvas de granizo ou seca e termos uma grande decepção que nos prejudicaria no mercado — conta.

O diretor executivo afirma também que o melhor conjunto de informações oferecidas ao produtor é o melhor insumo que pode ser dado a ele, pois permite que ele tome uma decisão mais racional. Para Daher, a adoção de sementes geneticamente modificadas que geram maior produtividade, por exemplo, é uma informação que deve ser levada ao produtor obrigatoriamente, assim como a utilização de defensivos agrícolas na lavoura, de fertilizantes e calagem. Segundo ele, quanto mais se investe nisso, maior é a produtividade.

— Tirando a cultura do arroz, que sofre uma abundância internacional, todas as demais culturas têm uma relação de troca favorável e é impressionante como o agronegócio brasileiro responde rapidamente a esse tipo de estímulo e relação. Existe um site, o www.agriculturaemprimeirolugar.org.br, que tem todas essas informações que coloquei a vocês — conclui.

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