terça-feira, 28 de junho de 2011

Relação Universidade-Incubadora

José Newton Cabral Carpintéro e Miguel Juan Bacic, ambos professores do Instituto de Economia da Unicamp, acreditam que o processo empreendedor deve ser visto como resultado de interações pessoais, profissionais, culturais e sociais e parte de um processo integrado de desenvolvimento econômico e social. Já as políticas de incentivo ao empreendedorismo na sociedade devem ser encaradas como um todo através de distintos programas (desde universidades, institutos de pesquisa, órgãos de apoio, incubadoras, etc.), que deveriam partir dos mesmos pressupostos.

 
A grande maioria dos especialistas concorda que o sucesso da incubadora depende em grande parte de sua relação com uma instituição acadêmica fortemente orientada na pesquisa, que não apenas fornece profissionais altamente qualificados para esses empreendimentos, mas também garante o recurso primordial para o início de um empreendimento.

Henry Etzkowitz, diretor do Instituto de Ciência Política da State University de Nova Iorque por exemplo, sugere uma interação que se movimenta como uma hélice tripla, vinculando fortemente instituições governamentais, as empresas e as universidades, na concretização de processos inovativos.
Segundo Sandra Brisolla, professora do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp, o maior desafio para garantir a sobrevivência dos sistemas científicos da América Latina de modo que possam efetivamente desempenhar o importante papel que lhes cabe no processo de desenvolvimento marcado pela terceira revolução industrial é descobrir e imitar as novas maneiras através das quais o conhecimento científico se acopla à produção de bens e serviços, passando pela criação de redes de pesquisadores nas diversas instituições.

Para o doutor em política científica e tecnológica Erasmo José Gomes, no caso brasileiro verifica-se, de maneira geral, a resistência por parte das universidades e institutos de pesquisa em engajarem-se no esforço das entidades gestoras dos pólos tecnológicos e incubadoras de empresas. A participação das universidades locais tem se limitado a figurar em instâncias meramente normativas, como por exemplo, entidade instituidora, membro de conselhos diversos etc. Contudo, o envolvimento efetivo não tem sido um fato correntemente constatado, configurando-se uma situação de apoio simbólico.
Gomes destaca ainda que o relacionamento das empresas e das entidades gestoras com a universidade local, no que diz respeito à utilização das instalações e recursos tecnológicos, na maioria dos casos, ocorre informalmente, baseado no contato social. Essa situação aponta para uma realidade na qual a efetividade das relações institucionais, quando não historicamente consolidadas, está muito mais centrada nas pessoas do que em uma recomendação normativa-institucional.

Nenhum comentário: