terça-feira, 24 de julho de 2012

Caprinos salvam o semiárido potiguar durante estiagem

Mais que uma forma de subsistência, a criação de caprinos e ovinos pode representar a redenção do sertanejo e a geração de negócios mais prósperos. O Rio Grande do Norte tem o sexto maior rebanho do Nordeste.



Sandra Monteiro


       Fred Veras
Caprinocultura concentra-se principalmente na região Oeste do Rio Grande do Norte


Mossoró - Na paisagem seca do semiárido potiguar, castigada ainda mais pela estiagem que atinge vários municípios potiguares assim como acontec nas demais regiões do Nordeste brasileiro, pouco sobrou das lavouras e o gado magro padece. Porém, alguns animais resistem e são apontados como uma saída para a sobrevivência e manutenção do homem no campo. Mais que uma forma de subsistência, a criação de caprinos e ovinos pode representar a redenção do sertão e a geração de negócios mais prósperos. 

Na região Oeste, onde se concentra mais da metade do rebanho de caprinos, e mais de 40% de ovinos do Estado, a venda para corte animal aparece como uma alternativa viável e lucrativa. O Rio Grande do Norte é o sexto estado com maior rebanho de caprinos do Nordeste, com 405 mil animais. Já o rebanho de ovinos está estimado em 583 mil cabeças. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal de 2010, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

No Sítio Carrasco, zona rural de Apodi, município que possui mais de 28 mil cabeças de caprinos, seu Francisco de França é um exemplo de que, investir na caprinovinocultura ainda é um bom negócio. Criador de médio porte, com mais de 400 animais, ele explica que pretende ampliar a área de pastagem para elevar a produção e atender a demanda de consumidores, que só aumenta. Atualmente, uma média de 20 animais, com cerca de 13 quilos, são abatidos mensalmente. O quilo da carne é comercializado a R$ 8,00. 

“Apesar da seca que atinge toda essa região, estou muito satisfeito com os resultados que a atividade me dá. A minha intenção é aumentar a área de plantação de pasto para poder criar mais animais e desenvolver ainda mais a atividade. Quero aumentar em três vezes a quantidade de animais”, revela. 

De Apodi, os animais abatidos são comercializados, principalmente na região, mas abastecem ainda supermercados e frigoríficos de Mossoró, e de Natal. Para estimular ainda mais o consumo da carne caprina e o fortalecimento da atividade na região, o Sebrae-RN, por meio do Projeto Aprisco no Oeste e Sertão do Cabugi, promoverá ações de estímulo durante a Festa do Bode, evento que ocorrerá de 2 a 5 de agosto, em Mossoró. 

Além do tradicional Festival Gastronômico, serão promovidas oficinas para orientar proprietários de frigoríficos a respeito de cortes especiais, além de degustação de receitas. “A atividade possui um elevado potencial, e percebemos que este potencial pode ser melhor explorado. Com as ações que vamos oferecer durante o evento, pretendemos estimular ainda mais o consumo da carne de caprino e assim promover o aumento na demanda de consumidores no mercado”, ressalta Vamberto Torres, gestor do Projeto Aprisco no Oeste e Sertão do Cabugi. 

Fonte: Agência de Notícias do SEBRAE-RN

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