segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A depreciação como ferramenta de decisão na irrigação


A água é um elemento necessário a diversas atividades humanas, além de constituir componente fundamental da paisagem e meio ambiente este recurso de valor inestimável apresenta utilidades múltiplas.  A quantidade de água existente na natureza apesar de ser in finita, a sua disponibilidade diminui gradativamente devido ao crescimento populacional, à expansão das fronteiras agrícolas. Neste contexto surge à necessidade de irrigar para aumentar a produtividade agrícola. No Brasil a necessidade de irrigar emerge das mais variadas condições climáticas de clima, solo, cultura e socioeconômica, resultando na impossibilidade de determinação do sistema de irrigação ideal capaz de atender todas as condições técnicas e econômicas a implantação do projeto agrícola.  
O processo de decisão em realizar investimentos de capital em projetos de irrigação deve abordar os aspectos que envolvem a geração e a avaliação de alternativas que atendam às especificações técnicas exigidas ao projeto. Depois de relacionadas às alternativas viáveis tecnicamente, se analisam quais delas são atrativas econômico-financeiramente.   

O fator econômico aplicado na escolha do sistema de irrigação objetiva selecionar o projeto mais adequado em termo de eficiência econômica, sendo esta mensurada na relação custo-benefício do projeto ou máximo retorno econômico. De acordo com Silva apud Vilas Boas, et al. (2011), “o custo da irrigação pode ser previsto por meio de uma avaliação econômica, na qual se estimam todos os dispêndios e retornos anuais esperados no projeto agrícola.” 

A análise da viabilidade econômica deve considera diversos indicadores para assegurada a inferência sobre o resultado, neste contexto é aplicada em projetos de irrigação para vislumbra a conjuntura da captação e aplicação de recursos financeiros na aquisição de máquinas e equipamentos que possuem vida útil limitada à depreciação provocada pelo desgaste natural ou obsolescência técnica.  

A contabilização da depreciação no estudo de viabilidade econômica aplicada a projetos de irrigação constitui-se na reserva de capital necessária a  manutenção e substituição do sistema de irrigação de acordo com sua vida útil produtivas estimada. A quantificação da reserva de capital necessária aos empreendimentos agrícolas é resultante da política de investimento e grau de risco da atividade empresarial, realizados através dos Métodos de Depreciação estabelecidos por Vales (1998, p.27),: “Linear ou Costas Fixas, Método dos Saldos Decrescente ou da Porcentagem Anual Constante, e Método da Soma dos Números ou Soma dos Dígitos”.

O negligênciamento da depreciação dos ativos fixos que é composto pelas máquinas e equipamentos que integram o sistema de irrigação ocasionará a redução da produtividade das áreas irrigadas devido ao aumento do número de manutenções corretivas e consequentemente influenciará negativamente na qualidade final dos alimentos produzidos. A depreciação do sistema de irrigação quando não mensurado na elaboração da planilha de custo da atividade agrícola inicialmente apresentará uma margem de lucro operacional superior a realidade, o quê ao longo dos ciclos de produção acarretará em prejuízos, devido à necessidade de recorrer à capitação de recursos de terceiros (financiamentos, empréstimos ou abertura do capital, isto é, venda de ações) para investir na modernização e ampliação das áreas irrigadas. De acordo com Bacha (2004, p. 66), “Custos financiamentos elevados não podem ser repassados aos preços de produtos agrícolas...” 

A depreciação dos ativos fixos utilizados nas áreas irrigadas deve compor no plano de investimento do capital empregado no agronegócio, pois possibilitar o dimensionamento dos recursos necessários para a substituição dos ativos fixos depreciados. A depreciação quando apurada nos ciclos de produção agrícolas possibilitam a concepção de análises dos resultados econômicos que minimizar o risco nas tomadas de decisões da atividade agroindustrial, pois demonstram com exatidão o Custo Operacional de Produção.

REFERÊNCIAS

BACHA, Carlos José Caetano. Economia e política agrícola no Brasil. São Paulo: Atlas, 2004. 

VALES, S. M. Maciel. Administração rural. 1988. Brasília: Universidade Brasília, 1998. v.2. (Especialização tutoria à distância).

VILAS BOAS, R. C. ; PEREIRA, G. M. ; REIS, R. P. ; LIMA JUNIOR, J. A. ; CONSONI, R. Viabilidade Econômica do Uso do Sistema de Irrigação por Gotejamento na Cultura da Cebola. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 35, n. 4, p. 781-788, jul./ago., 2011 Disponível em . Acesso em: 30 set. 2011.


Nenhum comentário: