quarta-feira, 7 de março de 2012

As novas gerações e as relações no trabalho

Os novos trabalhadores privilegiam a informalidade, estruturas mais flexíveis e com infraestrutura tecnológica. Muitos dos mais velhos também!
 
As relações de trabalho têm mudado por inúmeros motivos nos últimos tempos. As gerações X e Y já exigem que seus empregadores, em sua maioria da geração baby boomers, tenham uma nova visão das relações trabalhistas e dos espaços produtivos. Embora o ambiente tradicional propicie maior contato e interação física entre as pessoas, as gerações X e Y tendem a rejeitá-lo, por evidenciar relações hierárquicas, formalidade e burocracia. 

Estes novos trabalhadores privilegiam a informalidade, estruturas mais flexíveis e com infraestrutura tecnológica. As relações, nesse caso, passam a ser muito mais virtual do que física. Além disso, o foco em resultados permite mais autonomia na gestão do tempo, o que propicia mais qualidade de vida, uma vez que a decisão de como alocar as horas cabe ao profissional.

O grande desafio das empresas é conseguir adaptar arquitetura e processos a fim de manter os índices de produtividade e a motivação de todas as gerações neste novo cenário, porque cada uma tem expectativas e visões diferentes sobre o trabalho. Enquanto os profissionais “X” são estimulados pela liberdade de decisão, individualidade e equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida, os “Y”valorizam a informalidade, novos desafios e projetos, porque são multitarefas, não gostam de acomodação e apreciam as causas socialmente responsáveis.

Assim, reter os talentos dessas gerações é muito mais difícil! A área de gestão de pessoas precisa equilibrar as expectativas dos funcionários e dos empregadores, com ações que valorizem o profissional, por um lado, e resultados financeiros para os gestores de outro, com medidas que propiciem a redução de custos.

Uma alternativa para este cenário é o home office. Com tecnologia e infraestrutura adequada, qualquer atividade por ser exercida de casa. Para a companhia, os benefícios já são comprovados: a produtividade é de 20% a 40% maior do que daqueles que cumprem seus horários nas empresas, a avaliação do grau de satisfação das empresas com os trabalhadores a distância é 76% positiva e as corporações economizam cerca de US$ 2.000,00/ano por funcionário que trabalha de casa.

O brasileiro ainda está em adaptação ao home office - e modelos híbridos estão sendo testados. Exemplo bem-sucedido no País é um serviço específico para o setor de call center. Para isso, empresas, como a Home Agent, desenvolvem tecnologia e treinamentos, sempre com foco na qualidade dos serviços para que seja possível manter o padrão de atendimento. Para o sucesso dessa iniciativa depende de a empresa estabelecer políticas e meios de comunicação claros, com visitas frequentes à sede. No caso da Home Agent, os resultados até o momento superam as expectativas: diminuição de turn over e de absenteísmo, além de incremento dos índices de produtividade e da satisfação do funcionário.

Porém, o desafio mais importante às companhias que desejam adotar este modelo é a integração dos funcionários e a consolidação da cultura organizacional. Aquelas que conseguirem ultrapassar esses obstáculos com certeza estarão à frente da concorrência.

* Celeste Boucinhas é sócia-diretora da Home Agent e da consultoria Boucinhas&Campos

Por INCorporativa

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