sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Rastreabilidade de pescados: Inovação no Semiárido


A rastreabilidade é uma ferramenta que permite identificar a origem do produto, construindo um histórico de toda a produção, desde o campo até o consumidor final, podendo este ter ou não passado por uma ou mais transformações. Portanto, a rastreabilidade é um conjunto de medidas que possibilitam controlar e monitorar sistematicamente todas as entradas e saídas nas unidades sejam elas produtivas processadoras ou distribuidoras, visando garantir a origem e a qualidade do produto final. 
 
No Brasil e no mundo a rastreabilidade já é fato, principalmente para bovinos e frutas tropicais. Os consumidores estão cada vez mais preocupados com a qualidade dos produtos, portanto as empresas atualmente devem que oferecer garantias da procedência e da qualidade técnica do produto. 
 
Nesse sentido, algo inovador já está sendo implementado na região semiárida do RN. O que até pouco tempo acontecia apenas para produtos agrícolas agora acontece também para pescados. Uma experiência nova que está sendo testada no Oeste Potiguar pelo empreendedor Francisco Pedro Guilherme Neto, dono da Aquabio Aquicultura, empresa do Rio Grande do Norte (RN) que desenvolveu o Sistema Brasileiro de Rastreabilidade do Pescado (SIBRAP). 
 
O SIBRAP nada mais é do que um software que permite ao produtor armazenar informações referentes ao cultivo e captura do pescado e ao consumidor conferir dados como origem, fabricante e elos da cadeia do produto. O programa de computador ainda está em fase de teste por meio de uma parceria com a Incubadora do Agronegócio de Mossoró (IAGRAM), da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, na Associação de Aquicultores do Apodi -RN (Aquapo), empresa incubada da IAGRAM e contou com o apoio do programa Sebraetec, voltado para micro e pequenas empresas que buscam ferramentas na área de inovação e tecnologia. Em 2010, com apoio o projeto, o empresário desenvolveu uma segunda versão do software que funciona na internet.
 
O Sistema utilizará um lacre para identificar o lote dos peixes in natura e uma etiqueta nas embalagens dos pescados industrializados. O lacre é feito de plástico e a numeração vazada. O programa de computador mais o lacre e a etiqueta formam o Sistema Brasileiro de Rastreabilidade do Pescado (Sibrap), já registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O software está habilitado a rastrear três itens da cadeia produtiva da aquicultura: molusco (ostra), mexilhões e crustáceos (camarão e lagosta) e peixes criados em água doce ou salgada. O Sibrap traz um enorme valor agregado para os produtores exportadores, pois alguns mercados externos, como o europeu, só aceitam produtos rastreados. Já os pequenos produtores podem comprovar a procedência de seus pescados, uma exigência dos consumidores.


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